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domingo

27 de agosto de 2009

    Acordei 4:00 hoje. Não fiz por menos, já que fui dormir ás 8 da manhã. Um dia curto o de hoje. Tomei banho, me arrumei. Coloquei decote e salto. O Lê pareceu gostar, fiquei com vergonha quando ele comentou. O tempo todo me senti desconfortável, arrumando a blusa pra ter certeza de que nada aparecia. Mas, de certo modo, me senti como uma Afrodite refletida nos olhos masculinos e como biscate nos femininos quando ia pro banheiro ou na cantina.

    Ah! Comi um croissant de chocolate, por fome mesmo, já que sai de casa sem comer.

    Tem uma garota nova na sala. Na verdade tem várias novas personas. De todos, ela e um rapaz foram quem me chamaram mais atenção. Ela, por ser bonita. Vi alguma semelhança comigo, mas bem pouca. Algo mais nos cabelos, tom de pele e forma do rosto. De resto, nada. Ela tem a pele lisa. O outro, o rapaz, parece querer me comer com os olhos. Sempre que presto atenção, olhando com os cantos dos olhos, vejo ele de olhos cravados em mim, encarando mesmo. Não sei o que pensar, não parece nenhum tipo de veneração, um ‘ ó como ela é bonita’. É intrigante, apesar dele parecer alguém comum.

IMC ~ Indicie de massa corporea;

    O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida do grau de obesidade uma pessoa. Através do cálculo de IMC é possível saber se alguém está acima ou abaixo dos parâmetros ideais de peso para sua estatura.

    Seu peso: 56 kg
    Altura: 1,65m

    Seu IMC é: 20,6
    Parabéns! Você está em seu peso ideal. Cuidar de seu peso é cuidar de seu corpo e sua mente... Mantenha-se assim para obter vida longa e saudável!


Tabela IMC
Cálculo IMC Situação
Abaixo de 18,5 Você está abaixo do peso ideal
Entre 18,5 e 24,9 Parabéns — você está em seu peso normal!
Entre 25,0 e 29,9 Você está acima de seu peso (sobrepeso)
Entre 30,0 e 34,9 Obesidade grau I
Entre 35,0 e 39,9 Obesidade grau II
40,0 e acima Obesidade grau III

    Fiz as contas como se eu pesasse 50kg. Meu IMC seria de 18,4 abaixo do peso ideal. Refiz colocando peso como 51. O IMC nesses parâmetros seria de 18,7. Um peso ideal para a minha altura. Quem define isso? Peso ideal.
    Fiz mais contas. Para chegar ao estado de sobrepeso, eu teria que pesar 69kg. Pergunte a uma mulher com 1,65 de altura pesando 69 kg se ela está feliz com o corpo que tem. Isso já obesidade. A meu ver, um caso crônico. Com 69kg alguém poderia ter um in farte, eu teria. In farte de desgosto.
    Mas voltando ao meu peso ideal. Não quero estar no meu peso ideal. Não é essa a tabela que quero seguir. 50kg talvez seja o suficiente, não sei. Já pesei 50kg e não gostou muito do resultado. Quer dizer, faltou algo. Estava flácida. Preciso me empenhar mais pra não estar sempre com estima lá no fundo da privada.
    Lembro da foto que a Ca me passou.

    A marcação em vermelho, não me lembro, mas acho que é dela. De qualquer forma, meu peso ideal segundo essa tabela é de 42kg. Acho um pouco exagerado. Não quero me parecer um cadáver. Há coisas boas que quando acima da normalidade se torna ridículo. Preciso criar a minha tabela. Mas espero quando chegar ao 50k. É a minha meta atualmente. E está muito, muito difícil.

quinta-feira

    Eu preciso começar a controlar os meus impulsos. Traçar uma linha de objetivos. Ainda não sei bem por onde começar. Na verdade, sei. Mas ainda falta alguma coisa. Disseram-me pra fazer uma lista com as minhas características. Detalhes fixados e do que não gosto em mim, pra depois tentar mudar isso. O certo seria uma lista das coisas que gosto em mim, ficaria bem, bem mais curta. Mas vamos tentar.

Altura: 1,65
Peso atual: 56 Kg
Meta: 50 kg

    Meu cabelo, eu amava meu cabelo. Ele era mais liso, menos rebelde, menos parecido comigo. De tudo em mim era o que eu mais gostava. Não que não goste mais. Ele está mais ondulado, sem creme fica em pé igual vassoura do lado contrário. Mais seco também. Mudo de creme constantemente pra tentar reverter isso, e por enquanto nada.
    Minhas unhas são fracas e crescem bem rápido por isso vivem sempre tortas, por quebrarem sempre. Pele não preciso dizer. Sou uma cobra. Pele e borracha são sinônimos na aparência, sem contar as espinhas e cravos que eu, fraca, não sei NÃO mexer, espremer, machucar. Prova disso é as costas. Cheias de manchas por eu ter mexido de mais. Ridículo! Tenho vergonha de usar uma blusa de alcinha. Perto do cóccix está bem feio em na parte de trás da coxa também.
    Ai, são tantas coisinhas que não gosto em mim. A barriga grande mais. Os seios, a meu ver, caídos de mais, o nariz estranho, os olhos grandes, a boca que ao sorrir mostra um pouco a gengiva – acho feio. A pele sem cor, sem tom. A mão não delicada. A orelha torta. A bunda caída. Tudo! Um corpo flácido.
    Ah, acho meus dentes bonitos. Mas é questão de tempo até o acido estomacal corroer boa parte .


26 de agosto de 2009.

    Mal estar.
    São 8:17 da manhã e eu ainda não dormi – talvez umas duas horas -, e eu comi dois pães. Ontem fui pra faculdade com certo ar de quem quer chorar. Minha cabeça doía muito, e o som na van estava alto. Sertanejo. Meu Deus, como eu odeio isso. ¬¬
    Acho que isso foi o de menos. Quer dizer, não aconteceu nada de extraordinário. Aula foi razoavelmente legal. O professor de IED II é legal ao seu modo, mas eu ainda prefiro o Godoy, apesar dele não ter uma bunda tão grande como este tem. Chega ser constrangedor. Não tem como não olhar. Rs
    Não tenho comigo muito em casa. Comi pão com bife frito no almoço e a mesma coisa quando cheguei da faculdade, nesse meio tempo; só café. Isso explica a fome descomunal que eu estava na faculdade. Mas eu não comi lá, só um bombom da Mirtz. É bom de mais pra resistir.
    Eu e o Ale parece que nos afastamos cada dia mais. Cada dia menos juntos, não sei dizer bem. Não ficamos no intervalo, e no fim da aula ele teve que ir pra sala de pps. Fui pra van e fiquei esperando os meninos saírem. Enfim, em casa; duas hora depois.

quarta-feira

Trilha sonora



25 de agosto de 2009, continuação.

07: 57 pm

    Aula de português e Linguagem Jurídica. Quando peguei a grade curricular imaginei que essa seria a matéria com que eu mais me idificaria. Professor é um saco. Inteligente, mas um saco².
    Eu estou com sono, muito sono.
    Não deveria ter vindo pra aula. Pensando assim eu deixo de ir o resto do ano.
    Quase perdi a van também. Sempre estou atrasada.
    Sempre!
    Tive que ligar pro motorista. Eu não posso mais faltar, querendo ou não, e hoje tinha entrega de trabalho. O meu, inventei boa parte. O energúmeno do professor gosta de tudo muito organizado.
    Eu não sou organizada!
    Acho que vou matar o resto da aula, depois do sino.
    Não estou bem!
    Não suporto mais.
    O que eu seguro dentro de mim aparece como uma fraqueza corporal. Um não sorrir. De olhos mortos voltados para o teto. De roupa estranha que me deixam gorda.
Estou com fome.

    Eu comentei sobre o filme que assiste esta tarde. Talvez quando eu chegar em casa, não escreva nada. Vou jogar. FATO! Também não sei se vou conseguir descrever como gostaria aqui, agora.
    Estou irritada.

    É um filme bonito e ao mesmo tempo ousado. Fala do amor em dois âmbitos, carnal e o amor conquistado, delicado. Amor amor. Todo homem deveria ser como Don. Don Juan De Marco.

    Don: Quando falo que minhas mulheres são extraordinárias e esplendidas beldades, eles riem. Dizem, essa tem seio pequena, aquela o quadril muito largo a outra o nariz muito grande. Eles não podem ver como eu as vejo. Lindas como são.

    Acho que era algo assim só que de forma sedutora, mais delicada e rebuscada. Sei lá, ele é realmente Don Juan. O modo como fala, seja um papel representado ou não, seduz. E, por alguns instantes me senti desejada, mesmo que não houvesse ninguém me desejando. Me senti bonita. Como Dona Ana, amada.

    Outra cena.
    Don: Desde menino já sabia que era diferente. Brincava de brincadeiras diferentes. ( A cena passa com ele recebendo flores e uma fila de meninas para da um beijo nele, enquanto outros garotos brincavam de futebol.) Aos 6 anos, quando vi Dona Graça na janela, vi como uma roupa intima mal tocava a sua pele. Parece que um véu vindo dos céus recobria seu corpo com suavidade, maciez. Foi ai que aprendi como uma mulher deve ser tocada.

    Contaria mais coisas. Apesar de não me recordar muito bem. A musica é encantadora, bastante conhecida. Não me lembro o nome agora. É uma história interessante. Dada-me por um amigo importante que o tempo ignorante fez questão de arrastar para a distancia. Poético.

    Intervalo. Vai ter outro trabalho pra entregar no fim da aula. Não vou poder matar aula.

12:03 am

    Fim de noite.
    Eu comi uma coxinha de frango com molho de pimenta. Confesso, a melhor que já comi. Passei frio quando voltava para casa porque as janelas tinham de ficar semi-abertas por precaução a gripe. Queria ter sentado atrás. Estou me sentindo atraída por um rapaz da van. Conversamos apenas um dia, e eu o desejo. Sinto um pouco de culpa e me controlo. Eu consigo isso. Culpada pelo Alexandre. Já fiz ele sofrer tanto. Eu acho. Isso se deve pelos gostos. Ele leu e tem os livros que do autor de romance medieval que mais admiro. Conversamos todo o caminho da volta. Ele é bonito também. Enfim...
    Cheguei em casa. Comi, vomitei, mas sei que não foi o suficiente.
    Talvez agora eu durma.

terça-feira

25 de agosto de 2009.

    Hoje acordei cedo a pedido do Thiago. Queria resolver o quanto antes algumas pendências e me fez levantar ás 7 horas da manhã. Não seria grande problema se eu não tivesse me deitado ás 4 sem conseguir pregar os olhos até por volta das 5h, creio eu. Não sei porque, mas algo me incomodou muito esta noite. Tive acessos de coceira, sei lá, tive que tirar a blusa, e parece que a coçeira piorava. Isso às vezes acontece, depois de um tempo... pára. Pra ser sincera me senti mais leve. Deitada de lado, senti a curva bem delineada da silhueta. Gostaria que fosse mesmo daquele jeito, mas é apenas pelo fato de estar deitada.
    Toquei-me nessa noite. Não tão profundamente como eu gostaria, eu não consigo me tocar por dentro. Sinto apenas umidade e o cheiro que fica depois em meus dedos. Fora isso, mais nada. Toquei em meus seios. Senti minha pele e o que tem por baixo dela. Apertei. Apertei minhas pernas. Encolhi, estiquei-me varias vezes. Minhas fez barulho, um pequeno rangido que me fez ficar quieta por um instante, até desatar a rir, abafando com o travesseiro. Ri do que minha mente simulou, ou melhor, do que outras mentes poderiam ter imaginado. Seria constrangedor minha avó acordar ouvindo aquilo. Acho que ela é inocente de mais pra entender... entender que eu estava me espreguiçando? Rs
    Demorei um bocado pra dormir. Fiquei em um sonho forçado. Gosto de tentar dar inicio as possíveis coisas que posso sonhar. Resultado; insônia. Eu não consigo me acalmar pra pegar no sono quando faço essas coisas.
    Fiz o que eu tinha que fazer no jogo. Um pouco deprimida com certas cosias que aconteceram por lá que não vale citar aqui. É outro mundo. De outra pessoa, que agora ri sentado ganhando muita grana. ( E minha Internet está um lixo, e isso me irrita. ) Enfim, troquei de roupa e peguei uma xícara de café com leite. Estou tomando levedo de cerveja. Tem cheiro de ração. Mas dizem ser bom pra pele e para um melhor funcionamento do intestino. Quanto a pele, creio que só a longo prazo, já referente ao intestino, está bem solto. O que não é tão ruim. 9 horas corri para o banheiro, nojento falar isso aqui, mas depois, me senti mais leve. Sei que algo saiu de mim, mas, eu realmente me senti mais leve. Rsss Satisfeita, é a palavra. Bom, encentrei um laxante natural.

    Minha avó foi consultar hoje no almoço. Almocei pouco, aliás, e esperei que ela saísse pra eu fazer o que tinha que ser feito. Correto! Desta vez fiz o serviço completo. Quando digo que preciso parar é mentira. Preciso parar de ser relaxada e começar a cuidar do que realmente tem que ser prezado. Um corpo.
    Pela primeira vez, fiz meu trabalho. Um pouco fora do que realmente era pra fazer, mas eu não ligo muito mais pra isso. Na faculdade eu aprendi que, as maiorias dos trabalhos servem pra alimentar a fogueira no dia de São João. ~ Quote Eduardo.
    Assisti a dois filmes esta tarde também. Drácula de Brown Stoker e DonJuan de Marco. Tenho algumas coisas sobre o que falar do ultimo. Mas o farei quando voltar da faculdade. São 5horas e ainda estou sentada aqui.

domingo

    "Estou com medo de me apaixonar por você" - ela tinha dito naquela tarde chuvosa, enquanto ele dirigia o carro em direção ao fim do mundo. A frase mais covarde que já ouvira. Sugeria um monte de coisas que Brian não queria pensar no momento. Que ele não valia à pena, por exemplo. Ou que ela não gostava dele como era, e que talvez precise mudar algo para merecer o amor dela. Na estradinha de terra deserta, Brian se mirou no retrovisor. O senhor Gengiva estava lá.
    "Senhor Gengiva" era mais que um nome, apesar de não estar escrito em lugar algum. Era assim que gostava de se chamar quando estava com raiva. E passava a maior parte da vida com raiva de si mesmo. Veronica rejeitar seu amor também o deixava com uma ponta de raiva. O apelido terrível - que ele usava como um codinome em sua guerra interior - foi dado por um moleque na época da escola, por um motivo muito simples: suas gengivas apareciam demais, principalmente quando sorria. E de boca fechada ele tinha aquele jeito deselegante de quem usa aparelho nos dentes. Brian cresceu reprimido, introvertido, um menino que não sorria, envergonhado e tímido demais em seu canto, deixando a vida passar lá fora. E agora, deixando o amor por Veronica passar. No fim, concluiu, era um covarde também. Covardes se machucam menos.
***
    Tem dias que tudo que leio parece ter sido escrito pra mim. Com propósitos de me mostrar algo, mesmo que eu já saiba. Ou apenas pra me identificar com o texto como se fosse eu a autora.
Ás vezes acho coisas onde jamais imaginaria encontrar. Como esse texto, por exemplo. Sou um homem e me chamo Brian. É só o começo da história, o resto é bem relevante, principalmente pelo seu conteúdo.
    Pode rir, eu encontrei esse texto em um site de contos vampíricos eróticos. É até legalzinho. Me identifico com o escritor, apesar do uso de certas palavras impróprias. Mas é um texto erótico, não é? Não deve ser tão impróprio assim, mas mancha um pouco. Perde a graça.

    Não quero colocar o resto. É um texto grande, mas algumas partes se resumem na beleza física de Verônica. O seu gosto pelo sexo. Me lembrou muito o que eu escrevi no meu ultimo post.
    Desanimo a cada dia. Sem vontade de ser como Verônica. De atrair pela simpatia forçada e pelo corpo bem delineado e firme. Eu quero, mas não consigo porque não me permito.
Me mandaram um vídeo. Filtro solar, traduzido por Pedro Bial. “ Você não é gordo como pensa. Pensar em problemas é tão eficaz quanto mascar chicletes enquanto resolve um problema de álgebra.” De certa forma, faz sentido. Por outro lado – o meu lado –, como deixaria de pensar, se é apenas nisso que penso? Seria também um problema não pensar em problemas.
    Acho legal o otimismo de muitas pessoas, mas não vejo resultado nenhum. E otimismo quando não se tem pelo que otimizar, é apenas mentir pra si mesmo. Os covardes sofrem menos.

    Minha avó foi internada nesta quinta-feira. Fico pensando como seria pra ela não pensar nos problemas dela. Na dor que ela sente. E também como teria vivido a juventude. Se teve os mesmos pensamentos que eu. Gostaria de poder fazer algo por ela. E por mim.

sexta-feira

Ana's Song

    Porque vangloriamos a beleza? A beleza muda de tempo em tempo, é verdade, mas sempre, sempre a fizemos motivo de reverencias. A beleza não está nos Deuses, nunca esteve. Estava em suas formas mitológicamente perfeitas.
    Ninguém gosta em viver entre os feios. Como se fosse pecado ser feio. Gordo. Negro. Branquelo com sardas. Em certo ponto acho até louvável pensar assim. Ver a beleza interior, isso não existe mais. Ou somos iguais, imperfeitos como qualquer outro que esteja a seu lado no banco do ônibus ou da escola, ou, quando somos diferentes, quando se tem algo a mais dentro de si, os ‘iguais’ excluem. Então tudo que resta são as formas. O que se pode tocar, apertar, beijar.
    No fim também é apenas isso. Um desejo físico. Ninguém mais entende amor. Ao menos, nunca encontrei quem diga ‘eu te amo’. Posso estar enganada, mas hoje somos menos que ontem. Com toda essa inteligência, o homem ainda não aprendeu a amar. Falo por mim mesma. Amo meus genitores – genitores aqui se resume em apenas minha mãe-, mas também não me lembro de ter dito ‘eu te amo’ e saber que é verdade. Talvez seja apenas a tradição dos antigos, saudar alguém que se tem ao lado com uma palavra do que acham ser carinhoso. Depois, cama.
    Isso me lembra muito os dias que passei em Foz. Toda a traição que eu escondia por trás de sorrisos e caricias. Por trás de toda aquela orgia. Aquela vontade de sentir algo a mais.
Não senti nada. De novo. Nada! Aí eu me pergunto, será mesmo bom? Estou eu fazendo errado? Porque ele não vai e não me leva? Algumas vezes fiquei pensando, enquanto o cara me olhava do espelho do banheiro, o que ele realmente via em mim. Porque ele não se excitava completamente. Algo em mim o decepcionava?
    Eu me odiava a cada pensamento desse. Invejava as modelos e atrizes de Tv. Tão felizes quando fazem sexo. E eles tão estimulados. Elas têm curvas pra dentro. Eu; pra fora. Elas têm cabelos lisos ou de cachos perfeitos. Eu; bagunçado. Elas têm peles brancas e lisas. Eu; oleosa e com espinhas. Dá pra entender então porque unem beleza com sexo.

    Pensava que um estímulo assim seria suficiente pra mim me reerguer. Mas não foi. Ainda tenho a mesma mania. Comer tudo e depois miar. Às vezes demoro pra ir ao banheiro e o pouco que sai, me parece suficiente. Não importa o quanto sair, mas eu tenho de ir. Se tornou um vicio. Algo comum que qualquer pessoa faz. Eu queria parar com isso. Queria tentar, de outra forma, voltar ao que eu era. Quer dizer, menor do que eu era. E sem fazer isso por ninguém, apenas por mim mesma. Já que o amor morreu, vamos reverenciar a beleza.

21 de agosto de 2009

    Hoje perdi aula novamente. Ontem, eu esqueci que tinha de me arrumar. Que há obrigações acima do computador. Hoje eu me perdi no banho. Água quente caindo nas costas. Às vezes, me debruço na parede, como se estivesse em minha cama, dormindo, e deixo a água cair nas costas por um tempo. Sem pensar em nada. É como se nada existisse. Tudo se parece com um vazio, uma onda de sono que vai tomando seu corpo até as pernas ficarem moles. Dá vontade de deitar ali mesmo.
    Hora ou outra me lembro porque estou tomando banho e agilizo o processo. Isso passa rapidinho quando começo a cantar. Cantar, inventar passos de balé ridículos. Nem mesmo os excêntricos chamariam de moderno. Me faz lembrar de uma balão quando está sendo enchido. Vai se retorcendo. Ondulando. Feio.
    De certa forma, eu não noto a feiúra. Me sinto livre. Como se o sonho fosse mesmo parte da realidade. Ou mesmo que tudo em um único momento de sorte, vá se apagar. Todo esses desgaste. Eu me entreguei ao léu. Vaidade; só em sonho.

    O dia vai passar comigo na frente do pc. Vou tentar não comer. Tentar dormir mais cedo e quem sabe ler algo. Estou precisando de outros sonhos.